sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Carnaval





   Na praia é assim: paredão de som, bebida pra todo lado e muita pegação. Desde pequena não gostava desse feriado. Preferia me jogar no sofá - claro, de pijama e com pantufas de macaco - e colocar meus desenhos no vídeo-cassete, já que a programação da televisão era tomada pelos desfiles das escolas de samba.

   Nesse carnaval não foi diferente: neguei todos os convites de amigos e familiares. Resolvi então passar na casa da vovó. Fazia tempo que eu não me entregava aos móveis velhos de madeira, a tarde com cheiro de comida e costura e as suas velhas histórias.
   Decidimos passar o final de semana em casa e na semana "bater perna". Fomos ao centro na segunda, porém o encontramos vazio. Não desanimamos. Passando pela Praça do Ferreira, ela apontava para os prédios antigos e contava sobre a presença deles em suas histórias.
   Naquele onde havia uma loja de móveis, um namorado "magro e moreno, com olhos dourados e um sorriso simpático - com belos dentes brancos". Naquela farmácia, um incêndio "nem tão assustador, mas as chamas eram tão negras quanto aquele banco. Mas logo eram apagadas pelo belo bombeiro alto e moreno".
   Eu gosto de estar com ela, gosto de ouvir suas histórias. Por breves instantes, me imaginei contando minhas histórias às minhas netas. Obrigada pela paciência e pelo carnaval maravilhoso, vó.

2 comentários :

Karla Shimene disse...

Também não sou chegada em carnaval.
E acho pessoas idosas muito interessantes. Minha bisavó é tão engraçada e conta muitas histórias. Quero muito ser uma velhinha como ela!

mundodapoli.com

Nathália de Paula disse...

Sim, exatamente! Também quero muito ser como minha avó, e parabéns pela bisavó - também tenho uma, e você sabe: nem todos ainda têm esse privilégio. :P
Ps.: obrigada pela visita, linda. ♥