Senti um nó na garganta, como se já estivesse repetindo sempre as mesmas palavras, para as mesmas pessoas, nas mesmas ocasiões. Senti minha mente processar todos os repentinos momentos e nada produtivo gerado. Parecia totalmente desnecessário. Tempo desperdiçado.
Por um breve momento pareci não dá importância justificando tal pensamento como imaturo e pura idiotice. Foi quando senti um calafrio. Os castelos de areia, derrotados pela água na maioria das vezes, e o próprio vento quase sempre me deixavam com coceira na pele e muitos calafrios. Calafrios, que também eram gerados pela água salgada do mar, eram logo substituídos pela felicidade de comer caranguejo com a família. Esse era o meu domingo.
Abro os olhos. Uma varanda vazia, um jornal espalhado, a caneca do lado e um domingo ensolarado. Meu lábio puxa um sorriso esquerdo e contagia logo em seguida meu rosto.
Pensei com meus botões: eu ainda sou quem era antes. Ainda tenho vontade de deitar na areia, fazer um castelo, me irritar depois porque não consegui terminá-lo, correr para o mar, ter calafrios e comer caranguejo.
Nada muda, só o tempo. Eu envelheço, tenho uma rotina e acabo esquecendo de mim mesma. Os momentos simples na infância, tornam-se inesquecíveis no resto da vida.
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